NÍVEL DE EMPREGOS
De acordo com o pensamento capitalista:
“A economia capitalista se apresenta com um complexo sistema
de vasos comunicantes, em que milhares de diferentes valores de uso (bens e
serviços) são produzidos e intercambiados sem que haja um plano geral que
assegure que cada uma das múltiplas necessidades dos membros da sociedade seja
satisfeita.” P. 117
Os mecanismos “automáticos”, que o autor afirma em seguida,
são predominantes da livre concorrência, da lei da oferta e procura, quer
dizer, os bens são produzidos à medida que surge a necessidade de consumi-los.
Isso, também, está relacionado ao preço ( valor de troca) dado a cada produto,
que determinará seu consumo ou não.
“Com efeito, se a procura varia inversamente e a oferta diretamente
com o preço , só pode haver um único preço em que a quantidade de mercadorias
que os consumidores desejam comprar coincide com a quantidade que os produtores
desejam vender.” P. 118
“A produção é afetada sobretudo por inovações técnicas, que
denominamos “mudanças de processos as quais permitem alcançar o mesmo resultado
com menor esforço, ou melhor, esforço, ou melhor, cada unidade passa a ser
obtida com menor gasto total de tempo de trabalho.” P. 119
“Quando um ramo de produção passa por uma mudança de
processo, a quantidade de trabalhadores nas etapas finais de elaboração do
produto cai fortemente, ao mesmo tempo que o emprego na produção de
equipamentos se expande.” P.119
Observa-se que, com as inovações tecnológicas há uma
diminuição dos empregos ou mesmo supressão de algumas atividades produtivas por
se tornarem obsoletas, que dizer, algumas atividades econômicas desaparecerão e
outras sugirão. Mas, isso não quer
dizer, que todos os trabalhadores estarão habilitados a exercer novas funções,
o que acarretará o desemprego de parte dos trabalhadores.
“A consequência final de qualquer mudança de processo tem
que ser uma redução líquida do emprego, pois esta é a sua justificativa
econômica, embora seu efeito inicial (e que dura algum tempo) seja o de
incrementar o emprego.” P. 120
Como, já foi constatado, mesmo que uma economia capitalista
esteja em amplo desenvolvimento, ela numa proporcionará uma igualdade.
“(...) e olhamos para ver o que se encontra por detrás da
demanda – que é a renda dos consumidores e sua repartição – e por detrás da
oferta – que é uma estrutura de custo de produção periodicamente revolucionada
por inovações tecnológicas – verificamos que os ajustamentos automáticos jamais
alcançaram a posição de equilíbrio.” P. 120
Por isso, que o capitalismo é um sistema econômico que
sempre entra em crise, já que é regulado pelos mecanismos de mercado, sendo
que, esses podem estimular a economia, como podem causar retração.
MARX
Para Marx, os processos tecnológicos que levam ao
crescimento da economia, também, podem levar a desequilíbrios setoriais. Logo, com
as inovações tecnológicas o capital fixo das empresas é modificado, pois os
equipamentos, máquinas e instrumentos são modificados, requalificados ou
destruídos. Da mesma maneira, que irá interferir na geração de empregos, visto
que, o desenvolvimento de novas atividades produtivas acontece com o
desaparecimento de outras atividades. Assim , apesar da sensação de criação de
empregos com as inovações tecnológicas, o que verifica-se é um crescente
desemprego, daqueles trabalhadores que não conseguiram se ajustar aos moldes da nova produção.
Ação do governo e nível de empregos (P. 113 e 114)
“(...) a partir do momento em que a economia entre em pleno
emprego, qualquer aumento da oferta de meios de pagamento (...) uma elevação de
salários que necessariamente se transmite aos preços, dando início ao processo
de inflação.” P. 113
“Assim, em teoria, a ação do governo de controlar a
quantidade de moeda pode levar a economia a uma situação de pleno emprego,
porém a partir daí, qualquer tentativa de ainda reduzir a taxa de juros e
aumentar o emprego é impossível e se transforma em inflação. (...) Porque
quando caminhamos de uma situação de desemprego e de capacidade ociosa para um
aumento da capacidade produtiva, podem surgir pontos de estrangulamento.”P.113
A teoria do pleno emprego afirma que num determinado período
de desenvolvimento econômico todos os trabalhadores estariam empregados. Entretanto,
o próprio criador – Keynes, observou que isso seria impossível, pois se todos
estivessem empregados, faltariam trabalhadores para outras atividades
produtivas que fossem criadas. Além do mais, se todos estivessem empregados,
não haveria “exército de reserva”, o que diminuiria a mais valia dos
capitalistas.
Os pontos de estrangulamento intercorrem quando áreas essenciais
ao desenvolvimento de um país, não funcionam de maneira satisfatória ou não acompanham a produtividade da industria ou agricultura, acarretando problemas para o contínuo crescimento econômico. Alguns deles são por exemplo:
- Infraestrutura: estradas, portos, aeroportos, hidrovias,
ferrovias. Todos os mecanismos que facilitariam a escoamento da produção e a
comunicação entre as regiões.
- Educação: Está ligada diretamente a criação de tecnologia
e ao processo de qualificação profissional.
- Energia: que irá abastecer a cadeia produtiva
- Políticas tributárias: a questão dos impostos.
Entre outros...
Enfim, esses pontos representam os setores que articulados colaboram
para o crescimento social e econômico.
“(...) O aumento de preços é o resultado dos vários pontos
de estrangulamento, que vão surgindo na economia, pouco a pouco, e na medida em
que eles se multiplicam vão barrando a expansão da atividade produtiva até um
ponto em que passa a ser impossível expandi-la mais.” P. 114.
Bibliografia: Paul Singer – Curso de Introdução à Economia
Política.